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Foto: Reprodução Net

Doglas Arisi

Vivemos tempos em que os direitos do cidadão de bem parecem ser cada vez mais negligenciados, enquanto os criminosos se beneficiam de um sistema que frequentemente os protege. A legítima defesa, um direito fundamental, muitas vezes coloca a vítima em uma posição de réu, invertendo completamente os valores da justiça.

A bandidocracia, termo que descreve a cultura de idolatria ao bandido, tem se infiltrado no ambiente jurídico brasileiro, transformando a verdadeira vítima em criminosa. O direito à propriedade e à inviolabilidade do domicílio, bem como a legítima defesa, são princípios que deveriam ser inquestionáveis, mas que frequentemente cedem espaço à proteção do agressor.

Esta inversão de valores cria um cenário onde o cidadão de bem se torna refém em sua própria casa, sem a segurança e o apoio do sistema legal que deveria protegê-lo. É inaceitável que quem defende sua família e seu lar de uma agressão acabe sendo tratado como culpado, enquanto o verdadeiro criminoso é muitas vezes visto como uma vítima das circunstâncias.

Os efeitos dessa inversão são sentidos em toda a sociedade. Pessoas honestas, trabalhadoras e dedicadas veem suas vidas viradas de cabeça para baixo por terem reagido a um assalto ou defendido seus entes queridos. A sensação de insegurança aumenta, e a confiança no sistema de justiça diminui, criando um ciclo perigoso de desamparo e desconfiança.

É urgente uma revisão nas leis e na cultura normativa que permitem tais absurdos. A racionalidade deve prevalecer na criação e aplicação das leis, garantindo que a legítima defesa seja reconhecida e respeitada. A proteção aos direitos fundamentais do cidadão de bem não pode ser secundária em relação aos direitos daqueles que escolhem o caminho do crime.

Além disso, é necessário um debate mais amplo sobre a cultura de impunidade que permeia nosso sistema. O foco deve ser na prevenção ao crime, através de políticas públicas que promovam a educação, a geração de emprego e a inclusão social. Assim, poderemos reduzir a criminalidade de forma sustentável e justa, sem recorrer a medidas que criminalizam as vítimas.

A sociedade clama por justiça e segurança, e é responsabilidade do poder público garantir que o cidadão comum não se torne uma vítima dupla: primeiro do crime, depois do sistema que deveria defendê-lo. A inversão de valores precisa ser corrigida, colocando os direitos das famílias e das pessoas de bem no lugar de primazia que merecem.

Somente com um esforço conjunto e uma mudança de mentalidade poderemos construir um país mais seguro e justo para todos. A inversão de valores deve ser combatida com firmeza, e o direito de defesa das famílias deve ser protegido e respeitado como pilar fundamental de nossa sociedade.

 

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