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Em um país onde a corrupção é quase endêmica, a recente anulação de um vídeo mostrando o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), supostamente recebendo propina, é apenas mais um capítulo deprimente da nossa história política. O Tribunal Regional Federal (TRF) decidiu que o vídeo, que se tornou público em 2017 e mostrava o então deputado estadual guardando maços de dinheiro no paletó, não poderia ser utilizado como prova em um processo de corrupção passiva.

Este vídeo fazia parte da delação do ex-governador Silval Barbosa, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que detalhava um esquema de pagamento de propinas para políticos do estado. Nas imagens, Emanuel aparece guardando maços de dinheiro no paletó, uma cena que deveria causar indignação generalizada. De acordo com o depoimento de Silval, ele também recebia dinheiro para favorecer assuntos do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

Silval Barbosa, preso em setembro de 2015, foi apontado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) como chefe de uma organização criminosa que cobrava propina de empresas privadas em troca de incentivos fiscais durante sua gestão. Após mais de um ano de prisão, Silval assinou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Seus depoimentos revelaram fraudes envolvendo não apenas políticos de Mato Grosso, mas também figuras da esfera nacional.

Entre os denunciados estava o atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro. Ele foi investigado por receber, juntamente com outros deputados estaduais, propina para favorecer o Governo do Estado. A delação de Silval Barbosa ainda trouxe à tona a suposta participação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em um esquema de corrupção no estado, o pagamento de propina nas obras da Arena Pantanal, um acordo entre políticos de diferentes grupos para eleger o também ex-governador Pedro Taques (PSDB), e a cobrança de propina para que ele não fosse citado na CPI das obras da Copa.

E aqui está a pergunta que não quer calar: como é possível que esses políticos continuem recebendo votos, mesmo depois de serem expostos em escândalos de corrupção tão claros e contundentes? SIM, A CULPA DE TUDO ISSO É NOSSA, COMO POVO, ELES CONTINUAM POIS PERMITIMOS! A resposta está na ponta da língua: a população brasileira, desinformada e desesperada por soluções rápidas e fáceis, se agarra a promessas vazias e assistencialismo barato. A corrupção é perpetuada pela própria população, que muitas vezes não sabe votar, não entende as implicações de seus votos e acaba reelegendo aqueles que estão imersos em maracutaias.

O problema é sistêmico e multifacetado. A falta de consequências severas para atos de corrupção, somada a um eleitorado desinformado e desesperado por soluções rápidas, cria um ambiente onde ser corrupto parece ser vantajoso. Mesmo após serem pegos em flagrante, muitos políticos conseguem retornar ao poder, respaldados por eleitores que veem neles a única opção viável ou que simplesmente desconhecem os fatos.

Vamos ser honestos: em que outro país do mundo você pode ser pego com a mão na botija, desviar milhões de reais, ser exposto em rede nacional e ainda assim voltar ao cargo público através do voto popular? Isso só acontece porque a população permite. A culpa não é apenas dos políticos corruptos; é também de cada eleitor que fecha os olhos para a realidade e continua a votar nos mesmos nomes.

Para combater esse ciclo vicioso, é necessário um esforço coletivo de educação política e reformas estruturais no sistema judicial. Somente assim será possível garantir que a corrupção não continue a ser uma prática recompensada. Até lá, parece que no Brasil, infelizmente, vale a pena ser corrupto.

A impunidade que permeia esses casos é um reflexo da falta de ação e de vontade de uma nação estática. Se continuarmos a permitir que corruptos sejam eleitos e reeleitos, estaremos perpetuando um ciclo de desgoverno e ineficiência que só servirá para afundar o país ainda mais. É hora de a população acordar e entender que o poder está em suas mãos. A mudança começa com cada voto consciente e cada exigência de transparência e justiça.

Se não agirmos agora, onde estaremos como nação daqui a alguns anos? Continuaremos a ser espectadores passivos de um teatro de corrupção, onde os protagonistas são os mesmos que deveriam estar servindo ao povo? A resposta está em nossas mãos, e a escolha é clara: ou lutamos pela integridade e pela justiça, ou continuamos a ser vítimas de nossa própria indiferença e permissividade.

A delação de Silval Barbosa é um exemplo clássico de como a corrupção está entranhada em nosso sistema político. Ela revelou não apenas a suposta participação do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em um esquema de corrupção no estado, mas também o pagamento de propina nas obras da Arena Pantanal, um acordo entre políticos de diferentes grupos para eleger o também ex-governador Pedro Taques (PSDB), e a cobrança de propina para que ele não fosse citado na CPI das obras da Copa.

Esses casos não são exceções; são a regra em um sistema onde a corrupção se tornou norma. E enquanto continuarmos a votar nesses mesmos políticos, enquanto continuarmos a ignorar os sinais evidentes de corrupção, estaremos perpetuando esse ciclo de impunidade. Chegou a hora de dizer basta, de exigir mudanças reais e de responsabilizar aqueles que traem a confiança pública. Chegou a hora de acordar e perceber que a mudança começa com cada um de nós, com cada voto, com cada ação. Se não o fizermos, continuaremos a viver em um país onde ser corrupto realmente vale a pena.

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