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Maduro chega à Assembleia Nacional para a posse — Foto: Gaby Oraa/Reuters

Nicolás Maduro foi empossado como presidente da Venezuela em uma cerimônia realizada na sede da Assembleia Nacional, em Caracas. Presidida pelo chavista Jorge Rodríguez, a solenidade marcou o fim de um processo eleitoral amplamente criticado pela falta de transparência, autoritarismo e repressão violenta contra opositores.

Maduro, que não apresentou provas concretas de sua vitória, rebateu as acusações em um discurso inflamado. “Ninguém impõe um presidente à Venezuela”, afirmou, direcionando críticas à oposição e ao presidente argentino, Javier Milei, a quem chamou de “sádico social”. Milei, por sua vez, é um dos principais críticos do regime de Maduro na América Latina.

Nicolás Maduro faz juramento durante cerimônia de posse para terceiro mandato à Presidência da Venezuela — Foto: Reprodução

As eleições presidenciais, realizadas em 28 de julho de 2024, ocorreram sob um clima de tensão e desconfiança. Antes mesmo do pleito, o governo de Maduro dificultou a participação de candidatos da oposição, barrando, por exemplo, a candidatura de María Corina Machado, uma das principais figuras opositoras. Com isso, Edmundo González Urrutia emergiu como um candidato surpresa e conseguiu se registrar para a disputa.

Nas semanas que antecederam a votação, o regime revogou convites a observadores internacionais e impôs restrições a fiscais da oposição, reforçando as suspeitas de irregularidades. Após o encerramento das eleições, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor com pouco mais de 50% dos votos. No entanto, a oposição, baseando-se em uma contagem paralela das atas eleitorais, alegou que González havia vencido com ampla margem.

O resultado desencadeou uma onda de repressão, com prisões em massa e mortes de manifestantes. Edmundo González foi forçado ao exílio na Espanha, enquanto María Corina Machado  foi presa pelo regime dois antes da posse de Maduro. Mesmo em exílio, González havia prometido retornar para tomar posse nesta sexta-feira, mas a forte repressão do regime impediu qualquer tentativa.

A posse de Maduro ocorre em um cenário de crescente isolamento internacional e intensificação da crise política e humanitária que afeta a Venezuela. A legitimidade do novo mandato segue sob forte contestação, enquanto o país enfrenta um futuro incerto.

 

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