MAIS ATRATIVOS
Variação positiva decorre da oferta e demanda do mercado, segundo o Instituto Soja Livre.

Os prêmios para a soja convencional nesta safra 2024/25 têm se mostrado bastante atrativos. Segundo o Instituto Soja Livre (ISL), os valores pagos aos produtores variam entre US$ 4 e US$ 6 por saca, diante da oferta e demanda do mercado, principalmente o internacional por alimentos mais naturais e saudáveis.
O presidente do Instituto, César Borges, pontua que a soja convencional ao longo da última década “se tornou um nicho para ‘produtores especialistas’”.
Ele frisa que a soja livre de transgênicos “é um produto com muita tecnologia embarcada e de muito valor agregado, pois requer cuidados específicos desde a semente à originação para garantirmos a segregação do grão. Em troca disso, eles, os produtores, são rentabilizados. Assim, mantemos seguros com a demanda de mercado, bem como contribuímos para garantir a liberdade de escolha do sojicultor brasileiro”.
Interesse da Ásia por soja convencional cresce
Maior consumidor mundial de soja, a China a cada dia tem mostrado interesse pela soja convencional. O crescimento, salienta o Instituto Soja Livre, é decorrente da preocupação da gigante asiática com a segurança alimentar e a busca por produtos mais saudáveis.
Outro mercado em franco crescimento é o Japão para a produção de alimentos como tofu, leite e óleo.
“Empresas coreanas também estão fazendo o mesmo movimento, o que pode se converter na recuperação do corredor de sojas especiais para a Ásia”, explica o consultor do Instituto, Fernando Nauffal.
Europa se mostra importante destino
A Europa, por sua vez, após enfrentar uma safra frustrante em alguns países, tem se mostrado um importante destino para a soja convencional brasileira. Apesar do grande crescimento da produção de soja na EU-27 ao longo dos últimos dez anos, passando de cerca de 1,5 milhão para quase três milhões em 2023, a necessidade de importações segue sem alterações.
A queda na produção local na safra 2024/25 e as dificuldades persistentes derivadas das importações de soja e farelo da Rússia e da Ucrânia devido à guerra têm impulsionado as importações da América do Sul, o que tem beneficiado os produtores nacionais.
A Noruega, maior demandador de soja convencional brasileira, também ampliará o comércio devido às influências climáticas na aquicultura, com menor produção de espécies adequadas à produção de farinha e óleo de peixe, principais alternativas à soja com insumo de rações.
Mato Grosso segue sendo líder na produção da soja convencional no país, sendo responsável por cerca de 47% da área de produção nacional, com mais de 700 mil toneladas originadas na última safra. Para 2025, a expectativa é que a produção brasileira alcance 1,5 milhão de toneladas.
Redução na área no Brasil
Apesar do crescimento da demanda de soja convencional, houve uma redução de 21% na área total destinada a essa cultura no Brasil na última safra, passando de 686 mil hectares para 543 mil hectares. Em Mato Grosso, a redução foi ainda maior, de 27%, passando de 379 mil hectares para 274 mil hectares.
“Mesmo com uma área menor, a soja convencional se mostra como uma alternativa promissora para os produtores brasileiros, que podem aproveitar os bons prêmios oferecidos pelo mercado internacional. Com a iminência de aumento da demanda global por esse nicho de commodity, o cultivo de soja convencional oferece boas oportunidades de negócios para os agricultores”, afirma Eduardo Vaz, diretor executivo do Instituto Soja Livre.
Fonte Canal Rural MT