
A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso chegou a 95%, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT). O alto índice de internações está relacionado ao aumento sazonal de casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya.
De acordo com a SES-MT, embora ainda haja 5% de leitos disponíveis, a alocação dos pacientes enfrenta desafios, pois é necessário que as vagas atendam às especificidades de cada caso, como as áreas neurológica, cardíaca e oncológica. “Nem sempre os leitos que estão disponíveis atendem às particularidades do quadro do paciente”, informou a secretaria em nota.
Para ampliar a capacidade hospitalar, o governo estadual está investindo na construção de seis novos hospitais. No entanto, não há previsão para a abertura imediata de novas UTIs, o que mantém a situação crítica e tem levado muitas famílias a denunciar dificuldades no atendimento.
Famílias relatam dificuldades e perdas
A crise na ocupação de UTIs já resultou em situações trágicas, como o caso de Luiza Klein, moradora de Santo Antônio do Leverger, a 35 km de Cuiabá. Seu filho, Valdemar Klein, entrou com uma ação judicial após a mãe morrer poucas horas depois de ser transferida para a capital.
“Se minha mãe estivesse em um leito de UTI, não sabemos a vontade de Deus, mas hoje ela poderia estar viva. Não sei nem o que falar, porque acho que o cidadão precisa de um leito de UTI com a máxima urgência quando está precisando. Isso é uma vergonha para o estado”, desabafou.
Outro caso semelhante foi o de Marcos Martins de Lima, de 34 anos, que faleceu no dia 23 de janeiro antes de conseguir uma vaga na Santa Casa, em Cuiabá. Seu pai, Mário Gonçalves, relatou que a família lutou por vários dias em busca de um leito de UTI, sem sucesso.
Fonte Rádio Rota FM