Rica em proteína, a carne vermelha possui fãs apaixonados que não abrem mão de incluí-la no cardápio. Por outro lado, há quem a considere totalmente dispensável e, até mesmo, um perigo por trazer componentes nocivos ao organismo – entre eles, a gordura saturada. Frente a essas e outras polêmicas que envolvem o consumo do alimento, fica sempre a dúvida: afinal, carne vermelha: colocar ou não no prato?
Segundo a professora Aline Martins de Carvalho, coordenadora do NACE Sustentarea ‑ núcleo de extensão universitária da Universidade de São Paulo (USP), que tem como objetivo informar e discutir alimentação saudável e sustentável, a carne vermelha é uma alternativa nutricionalmente rica, uma vez que possui alto teor de ferro e proteína, além de vitaminas. Ela, no entanto, alerta ao dizer que a população brasileira abusa do alimento. “O consumo excessivo vem sendo relacionado a diversas doenças crônicas, como obesidade, diabetes, câncer e problemas do coração”, enfatiza.
Embora não exista uma recomendação quantitativa nacional sobre esse consumo, o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde, afirma que a base da nossa alimentação deve ser constituída por alimentos in natura e minimamente processados, especialmente de origem vegetal, como lembra a professora. Ela cita ainda a orientação do Fundo Mundial para Pesquisa em Câncer – o consumo de carne vermelha deve ser de até, no máximo, 500 g por semana.
Consumo moderado
Para um cardápio variado, vale apostar nas substituições. A carne vermelha pode dar vez, por exemplo, às carnes brancas (frango e peixe) e ao ovo. Leguminosas, como feijão, lentilha, ervilha e soja, também aparecem como boas opções proteicas. “Para atingir as recomendações nutricionais, não é mandatório consumir carne”, garante Aline.
Se a ideia é contar com a carne vermelha no prato, desde que com moderação, o ideal é escolher cortes mais saudáveis, com menores quantidades de gorduras. Tenha ainda em mente que o tipo de preparo influencia no teor de gordura. Por isso, prefira carne assada, cozida ou grelhada à fritura de imersão.
Confira, abaixo, cinco componentes que, presentes na carne, trazem benefícios à saúde, assim como outros cinco capazes de prejudicar o organismo.
Benefícios
- Proteínas: além de relacionadas ao processo de crescimento e à produção de hormônios, auxiliam no ganho de massa muscular.
- L-carnitina: aminoácido que auxilia no metabolismo das gorduras, ajudando no tratamento da obesidade e da dislipidemia.
- Ácido oléico: ácido graxo monoinsaturado que auxilia na redução do colesterol ruim (LDL-colesterol) e dos níveis de triglicerídeos. Além disso, protege o coração e contribui para a diminuição da pressão arterial sanguínea.
- Vitaminas do complexo B: fortalecem o sistema imunológico, regulam a produção de energia e mantêm a saúde do sistema nervoso, da pele, dos cabelos e do intestino.
- Minerais: a carne é fonte de ferro, zinco, potássio, fósforo e magnésio, que colaboram para a saúde, atuando em diversas funções no organismo.
Malefícios
Colesterol: pode causar a obstrução de vasos sanguíneos, provocando infarto e acidentes vasculares cerebrais. A carne bovina magra possui, em média, 70 mg de colesterol por 100 g do alimento.
Gordura saturada: ajuda a elevar os níveis de colesterol no sangue, aumentando o risco de hipertensão e de determinados tipos de cânceres, como o de intestino.
Purina: substância que, em pessoas com transtornos no metabolismo úrico, pode levar à ocorrência de gota úrica, doença inflamatória que acomete as articulações.
Contaminantes químicos: dependendo da procedência, existe a possibilidade de a carne estar contaminada por metais pesados, por resíduos de medicamentos veterinários ou por toxinas de fungos presentes na ração do gado.
Contaminantes biológicos: é também possível que a carne bovina esteja contaminada por microrganismos capazes de desencadear graves infecções, como é o caso da Salmonella e Escherichia coli.
Por Minha Saúde
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