Ana Luiza, de 17 anos, morreu após ingerir doce enviado por uma amiga. Investigação usou imagens de câmeras e rastreio de entrega para chegar à suspeita, que também confessou outro caso anterior.

A Polícia Civil de São Paulo apreendeu uma adolescente de 17 anos suspeita de matar, com um bolo envenenado, a colega Ana Luiza de Oliveira Neves, também de 17 anos, em Itapecerica da Serra. O caso chocou o país e teve desdobramentos rápidos após a morte da jovem no domingo (1º), um dia após consumir o doce entregue por um motoboy.
Para chegar à autoria, os investigadores refizeram o caminho da entrega, utilizando imagens de segurança captadas por câmeras próximas à residência da vítima. As placas da moto foram identificadas, o que permitiu localizar o entregador. Ele, por sua vez, forneceu detalhes que levaram à remetente: uma adolescente que chegou a negar envolvimento, mas confessou após horas de depoimento.
A jovem admitiu não apenas o envio do bolo supostamente envenenado que resultou na morte de Ana Luiza, mas também um episódio anterior, em 15 de maio, quando outra garota ingeriu doce com substância tóxica e sobreviveu.
A suspeita foi apreendida na terça-feira (3) e encaminhada para uma unidade da Fundação Casa, onde deve permanecer internada de forma provisória, à espera da decisão do juiz da Vara da Infância e Juventude. Conforme prevê a legislação, o tempo máximo de internação é de três anos, podendo ser mantido mesmo que ela atinja a maioridade nesse período.
Segundo a família, a jovem suspeita passou o fim de semana na casa da vítima. “Essa menina foi dormir lá em casa, acompanhou o caso todo. Viu a Ana Luiza passar mal, foi comigo ao hospital e, no dia seguinte, ainda viu minha filha cair no banheiro… E mesmo depois disso, me abraçou como se nada tivesse acontecido”, desabafou Silvio Ferreira das Neves, pai da vítima.
Assista ao vídeo da entrevista do pai Silvio Ferreira das Neves
Ana Luiza havia feito 17 anos dias antes do crime. Após receber o bolo, chegou a enviar um áudio para um grupo de amigos perguntando quem teria mandado o presente. Poucas horas depois, morreu nos braços da família a caminho do hospital.
O laudo toxicológico do Instituto Médico Legal (IML) ainda é aguardado para confirmar o tipo de substância envolvida, mas a causa aparente da morte é uma intoxicação alimentar.
A investigação segue em andamento.
Fonte:g1 SP/Redação