Especialistas defendem aclimatação e técnicas como “Nada nas Mãos” para promover bem-estar animal, ganho de peso e segurança no manejo
A projeção para o confinamento de gado em Mato Grosso em 2025 indica um volume de pouco mais de 669,4 mil cabeças. O número representa uma retração de 7,65% em comparação com a estimativa inicial divulgada em abril de 2024. Apesar da cautela dos pecuaristas quanto ao uso intensivo do cocho, práticas adequadas de manejo podem contornar os desafios e melhorar os índices produtivos.
Segundo o agrônomo e consultor Leonardo Bernardes, a aclimatação é fundamental para o bem-estar dos animais confinados. A técnica consiste em um processo de recepção conduzido nos primeiros dias após a chegada dos bovinos, com ações simples que favorecem a adaptação.
“Trabalhamos com os animais de cinco a dez minutos por baia, conduzindo-os pelos cantos do curral. Isso gera confiança. Eles se sentem mais seguros e se adaptam melhor ao ambiente”, explica o especialista.
Durante cerca de dez dias, os animais são estimulados a se movimentar, o que, de acordo com Bernardes, melhora o consumo de água e facilita a introdução da nova dieta. O impacto direto aparece no desempenho zootécnico, com maior ganho de peso e melhora na resposta aos tratamentos veterinários.
“A resposta aos medicamentos é mais eficiente quando o animal está tranquilo. A confiança favorece o sistema imunológico e reduz o estresse”, acrescenta.
Manejo consciente transforma rotina no curral
Nos últimos anos, observa-se uma mudança gradual na mentalidade de pecuaristas, gerentes e vaqueiros quanto às práticas de manejo. A técnica “Nada nas Mãos”, que propõe a condução do gado sem objetos, com base em linguagem corporal e comportamento natural dos animais, tem ganhado adesão no campo.
“Esse tipo de manejo não só melhora o bem-estar dos animais, mas também torna o trabalho mais seguro e eficiente para quem está no curral”, afirma Bernardes.
O especialista destaca ainda que vaqueiros que adotam práticas mais calmas percebem uma melhoria em sua própria qualidade de vida. “Eles saem menos estressados, mais satisfeitos com o que fazem. O curral deixa de ser um local de tensão e passa a ser um espaço de harmonia entre homem e animal.”
Fonte:Canal Rural MT/Redação