Quatro detentos foram transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado após investigação apontar que seguiam coordenando execuções, tráfico e outros crimes de dentro da Penitenciária Central do Estado.
Quatro líderes de facções criminosas foram transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) nesta segunda-feira (6), como desdobramento direto da Operação Blood Money, deflagrada em março pela Polícia Civil nos municípios de Tapurah e Itanhangá. A medida foi determinada pela 5ª Vara Criminal de Sinop, após o avanço das investigações comprovar que os detentos seguiam exercendo influência e comando sobre crimes praticados fora do presídio, mesmo já cumprindo pena.
O RDD é o regime mais rigoroso do sistema prisional brasileiro, voltado a presos considerados de alta periculosidade e que continuam articulando crimes de dentro das unidades. Segundo a Polícia Civil, os detentos utilizavam aparelhos celulares para transmitir ordens, organizar ações logísticas, gerir recursos financeiros oriundos do tráfico de drogas e autorizar execuções, expondo a estrutura ramificada da facção no estado.
De acordo com o delegado de Tapurah, Artur Almeida, a medida representa um duro golpe na organização criminosa. “Ao retirar seus principais líderes de circulação e limitar drasticamente sua comunicação, comprometemos diretamente a cadeia de comando das facções, que tendem a se desorganizar sem a liderança ativa”, afirmou.
Desde 2021, Tapurah e Itanhangá vêm enfrentando um aumento expressivo de crimes violentos atribuídos à atuação dessas facções. A escalada inclui homicídios qualificados com requintes de crueldade, decapitações, ocultação de cadáveres, torturas, tráfico de entorpecentes, assaltos à mão armada e furtos de armas de fogo. O cenário levou à deflagração de diversas operações integradas pelas forças de segurança.
A Operação Blood Money, em especial, resultou no indiciamento de 43 pessoas por envolvimento direto e financiamento das atividades criminosas. A complexidade do esquema revelado evidencia a necessidade de ações estratégicas como o RDD para conter o avanço das facções dentro e fora do sistema prisional.
Fonte:PJCMT/Redação