Porcos selvagens ameaçam lavouras de milho e produtores reduzem áreas em até 70% em Mato Grosso

Invasões constantes causam prejuízos milionários; superpopulação preocupa e demanda ações urgentes de controle ambiental

Crédito: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

A produção de milho em Mato Grosso enfrenta mais uma safra marcada por perdas significativas devido à invasão de porcos selvagens. Em algumas propriedades, a área plantada foi reduzida em até 70% em comparação ao ciclo anterior, em razão dos danos causados pelos animais, que seguem sem controle efetivo.

Na Fazenda Flecha de Ouro, em Brasnorte, dos cinco mil hectares cultivados na safra 2024/25, cerca de três mil já sofreram ataques. “Onde tem mata e acesso, eles entram e destroem. As espigas ficam pelo chão, é prejuízo na certa”, relata o gerente técnico Cláudio Roberto Loma.

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Ainda segundo ele, a infestação começou já na fase inicial do cultivo, quando os porcos escavam o solo em busca das sementes recém-plantadas. No ciclo passado, a média de produção em algumas áreas caiu drasticamente, de quase cinco mil sacas para apenas 900. Para este ano, a estimativa é de perdas na ordem de 10%.

A situação tem levado produtores a abandonar o cultivo do milho. Douglas Pelisser, também em Brasnorte, reduziu em 70% a área plantada e afirma que em 2025 não voltará a investir no cereal. “O prejuízo é maior que o lucro. A conta não fecha, ainda mais arrendando terra”, afirma. Em um único talhão de 200 hectares, estima perdas superiores a 20 hectares por ataque dos porcos.

Além do milho, os animais também têm causado danos em plantações de soja e feijão. Douglas relata uma infestação estimada em mais de 600 porcos na propriedade. “É um animal agressivo, destrói lavoura, ataca gente e até cachorro. Nem as onças estão dando conta”, alerta.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) reforça a gravidade do problema. Segundo o presidente Lucas Costa Beber, os prejuízos com porcos selvagens e javaporcos já somam cifras bilionárias em todo o país. “Estamos vivendo um cenário de escassez de alimentos e inflação. Precisamos agir com base em dados e não em ideologias”, defende.

Beber destaca que a Aprosoja investiu em um estudo técnico com monitoramento por câmeras georreferenciadas em diversas regiões do estado. O levantamento já foi concluído e revela superpopulação, principalmente na região norte. A entidade busca, agora, junto ao Ibama, alternativas legais para implementar medidas de controle populacional dos animais.

Fonte:Canal Rural MT/Redação

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